Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto pela Polícia Militar do Paraná (PM) para investigar declarações feitas por 32 policiais que integram o 16º Batalhão da PM em Guarapuava, na ocasião da tentativa do mega-assalto à cidade em abril.
O inquérito foi instaurado a partir de uma denúncia do 4º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM) e é questionada pela Associação dos Praças Unidos.
Segundo noticiado pelo G1, a polícia disse que o objetivo do processo é esclarecer autorias e materialidade de crime, e destacou que “ao mundo civil” as investigações podem ser “absurdas”, mas na esfera militar elas são previstas por lei.

O grupo de policiais é investigado por fazer comentários após a tentativa de mega-assalto contra a Proforte. Não foram especificados quais seriam esses comentários, que levou a abertura do procedimento interno, mas vale lembrar que naquela ocasião, policiais da reserva e de folga teceram críticas ao Governo.
O comandante do BPM de Guarapuava chegou a ser afastado dias depois do crime, e de uma maratona de descredibilização do governador Ratinho Junior, que havia afirmado que a PM agiu com “inteligência”. O resultado do ataque, porém, foi catastrófico já que o episódio terminou com a morte do Cabo Ricieri Chagas.
Um trecho do ofício enviado pelo 4º CRPM ao batalhão, em seu pedido de abertura do IPM, diz que os policiais agiram de forma “desrespeitosa a superiores” e “outras autoridades” durante a situação decorrente do ataque criminoso.

O documento, que não trás detalhes de tais declarações, afirma somente que elas foram feitas em um grupo de WhatsApp, e também diz que os crimes apontados são previstos nos artigos 160, 298, 299 e 300 do Código Penal Militar, relacionados à desrespeito e desacato.
POSIÇÃO DA POLÍCIA
O comando da Polícia Militar diz que o IPM foi instaurado atendendo ao Comandante do CRPM “motivado por comentários desonrosos e desrespeitosos”.
Ressaltamos derradeiramente que, ações, comportamentos, posturas e atitudes como as que ensejaram a instauração deste IPM, ao mundo civil podem parecer absurdas, no entanto, ao Militar Estadual estão devidamente previstas na legislação peculiar”.
diz o documento
Ainda conforme a polícia, depois de concluído, um representante do Ministério Público deve analisar o inquérito, e então decidirá se oferece ou não denúncia ao juízo.
ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS QUESTIONA
A Associação dos Praças Unidos do Paraná disse que a medida é exagerada e mira declarações que foram feitas em momento de “externa dor”.
O Cabo Carlos Souza, que é um dos fundadores da associação, diz que a entidade está oferecendo assessoria jurídica aos policiais intimados. Ele também declara que deve ser levado em consideração o nervosismo, emoção e tudo o que o policial estava sentindo naquele dia em que um agente foi morto no ataque.
“São vários os fatores. Temos que olhar pra eles como heróis, e não como bandidos”
Cabo Carlos Souza
Souza também diz que uma reunião entre os envolvidos poderia ter sanado a situação, mas frisa que desde a ocasião do mega-assalto, os policiais de Guarapuava trabalham sob tensão e abalo emocional.
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