Ainda repercute bastante as notícias do ataque vivido por Guarapuava na noite de domingo. A cidade virou destaque nacional depois que criminosos com armamento de guerra invadiram o município e promoveram a maior tentativa de assalto já vista nessas terras paranaenses.
O contorcionismo do governo para explicar o que aconteceu e justificar uma reação “unificada” da inteligência, que na verdade não passou de utopia, merece uma reflexão mais profunda sobre os fatores que levaram Guarapuava a ser alvo dos bandidos.

Como pode uma cidade ser sitiada e invadida, sem ao menos uma suspeita dos passos tomados pelos bandidos para a empreitada criminosa?
Como pode Guarapuava, sendo uma cidade com várias instituições de polícia ser pega desprevenida, justamente num dia em que pouquíssimos policiais estavam de serviço?
A visita do Secretário de Segurança Pública, o experiente Coronel Romulo Marinho Soares, serviu para apaziguar a sensação da inércia do estado sobre o tema. Mas também foi um show de explicações inexplicáveis, sem pé nem cabeça.
Primeiro, como que os bandidos conseguiram fugir, já que eles estavam em tese sendo perseguidos pela polícia e encurralados? E se não estivessem encurralados, porque nessa fuga eles abandonariam as armas com os veículos, e se embrenhariam no mato?

Os veículos usados pela quadrilha apresentam marcas de disparo no para-brisas, no capô e nas laterais. Mas a única viatura que tem marca de disparos foi a atacada pelos criminosos na saída do batalhão. O que é no mínimo ilógico, estando os assaltantes com aquele arsenal bélico superior ao da polícia, não tenham revidado e atingido uma viatura.
O secretário também disse em Guarapuava que os bandidos estariam feridos por conta do confronto. Outra interrogação nesse ponto, já que é sabido que os veículos usados por eles eram blindados, e que a munição da polícia não foi capaz de atravessar.
Depois, quem é o suspeito ouvido e liberado, que teria ajudado na logística e armamento desses assaltantes? Para onde ele foi? Ele faz o que da vida?
O fato é que sobram perguntas e faltam respostas para tudo o que foi vivido aqui. O que a sociedade de fato espera, é que as autoridades prevaleçam na captura dos bandidos que aterrorizaram Guarapuava no domingo.