A descarga de fertilizantes ficará ainda mais ágil e atrativa para quem opera no Porto de Paranaguá. O Executivo confirmou nesta terça-feira (29) as obras de implantação de novas esteiras transportadoras nos berços 211, 209 e 208, com investimento de R$ 800 milhões da iniciativa privada, das empresas Rocha e Fertipar.
As novas estruturas de correias serão instaladas no cais comercial, que é público.
O presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, reforçou a importância das obras para impulsionar a estrutura.
“O Governo fez um planejamento estruturado na infraestrutura como um todo. Ferrovia, rodovia, e o porto tem que responder. Teremos condição de receber mais carga, gerar mais emprego, atrair mais investimentos, operando com um custo menor e mais eficiente”, afirmou o Garcia.

NOVAS ESTEIRAS
Hoje há correias operando apenas no berço 209 e elas chegam até dois terminais – o Terminal Público de Fertilizantes (TEFER) e o Rocha. Com a expansão das dalas (estruturas onde ficam as correias), outros dois berços (o 208 e o 211) e novos terminais (como a Fertipar) poderão se interligar para a recepção dos granéis sólidos minerais.
Os adubos poderão ser descarregados de três navios, simultaneamente, utilizando as esteiras transportadoras. Além de aumentar a capacidade de descarga, o investimento vai dar mais agilidade, reduzindo a fila de espera para a atracação e, consequentemente, os custos da operação.
No Porto de Paranaguá, além dos três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante (208, 209 e 211), ainda há um píer privado, com outros dois berços exclusivos e interligados por esteiras (Fospar). No Porto de Antonina são mais dois berços para o segmento.
A descarga de fertilizantes é feita com o auxílio de guindastes (tipo MHC, de cais, ou os de bordo, do próprio navio). Aos equipamentos são conectadas uma espécie de concha (grab) que retira os produtos dos porões das embarcações e descarregam nos funis das esteiras transportadoras ou dos funis sob os quais passam os caminhões que levam as cargas para os terminais.
OBRAS
Os terminais portuários Rocha e Fertipar, ambos localizados na retroárea do Porto de Paranaguá, pretendem investir um total de R$ 800 milhões nesse projeto de expansão que prevê, além das novas esteiras, a construção de novos armazéns.
Em geral, o projeto pretende criar um corredor para descarga de fertilizantes com duas novas linhas independentes. A nova estrutura possibilitará a atracação de navios com maior capacidade, como o Panamax, por exemplo.

Em detalhes, no cais será feita a demolição das atuais correias transportadora e torre de transferência e a implantação das novas esteiras nos três berços. Cada um terá capacidade de descarregar até mil toneladas de fertilizantes, por hora.
No total serão 1.192 metros lineares de esteiras transportadoras.
Também será montada uma nova balança de fluxo, com a mesma capacidade; três estruturas de funis sobre trilhos, com capacidade para 60 metros cúbicos cada; e equipamentos afastadores no berço 209.
Fora do porto, serão construídos três armazéns pela empresa Rocha adicionando uma capacidade estática de mais 192 mil toneladas, que serão somadas às atuais 445 mil toneladas que o terminal já tem para a recepção de carga. Estes, assim como a estrutura atual da empresa, também serão interligados às correias do cais.
A Fertipar, por sua vez, vai construir outros quatro armazéns que somarão mais 300 mil toneladas de capacidade estática às atuais 192 mil toneladas que a empresa já tem de armazenagem. Essas novas estruturas também serão interligadas às esteiras de recepção da faixa primária.
Para essas interligações dos novos armazéns, ainda na área de retaguarda do porto serão construídos mais 1.282 metros lineares de esteiras transportadoras. Toda essa expansão vai gerar 350 empregos diretos, em um período de cerca de dois anos o meio – tempo que devem durar as obras.
MOEGÃO
Outro grande projeto previsto desde a gestão de Lourenço Fregonese na Portos do Paraná, o governo pretende construir o “Moegão”, que vai receber investimentos de R$ 524 milhões em recursos públicos.
O projeto voltado a estrutura do Porto de Paranaguá tem como objetivo absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. A fase atual é de preparação para o certame. A previsão de início das obras é novembro deste ano, com conclusão a partir de julho de 2024.

O Moegão deve reduzir de 16 para 5 pontos as interferências ferroviárias na cidade. O número de caminhões nas ruas também deve diminuir, tirando até 700 veículos por dia do trânsito de Paranaguá. Na estrutura será possível operar até 180 vagões simultaneamente.
O projeto prevê, também, a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas destinadas ao depósito de grãos. A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva e interligada a três linhas independentes.