A delegada Ana Hass, que investiga o assassinato de duas crianças, de 03 e 10 anos, em Guarapuava, deu mais detalhes do crime brutal que foi cometido pela mãe dos menores, Eliara Paz Nardes, de 31 anos. O corpo das crianças ficou por quinze dias em um apartamento no Centro da cidade e foi encontrado no sábado (27).
Hass disse que Eliara recebeu os policiais no apartamento onde morava, e detalhou com matou os filhos. Ela foi levada à delegacia, mas diante da delegada ficou em silêncio. Ao saber que estava presa em flagrante, e que seria transferida para a uma unidade da Penitenciária Feminina em Pitanga, ficou chocada e começou a chorar.
“Ela se chocou e passou a falar de advogado, de querer ligar para advogadO”
Disse a delegada
Eliara confessou o assassinato primeiro do filho mais novo, de 03 anos, identificado como Joaquim Nardes Jardim. O menino foi asfixiado pela mãe com um travesseiro. Depois a mulher afirmou que matou a filha, Alice Nardes de Oliveira, de 10 anos. A menina tinha ferimentos no pulso e foi enforcada com um cachecol.
Os corpos foram deixados em cima do quarto da mãe, cobertos por um cobertor, o que retardou o odor dos cadáveres em decomposição. Os vizinhos disseram que não sentiram cheiro vindo do apartamento.

O pai do menino é morador de Itajaí, em Santa Catarina, e contou que não mantinha contato com o filho. Ele pagava pensão, mas não via a criança há algum tempo. Já o pai da menina era falecido. Em depoimento à polícia, a irmã de Eliara disse que a suspeita costumava bloquear familiares nas redes sociais, e era ‘bipolar’.
Para a delegada, Eliara contou que era muito sozinha, e que teria ficado cansada e não aguentava mais essa situação. A delegada também disse que a mulher continuou vivendo normalmente no apartamento, mesmo com os filhos mortos no quarto. Ela trabalhava com empréstimos consignados, e continuou atuando normalmente, saindo e voltando para casa.
O porteiro do edifício onde a mulher vivia contou que chegou a dar falta das crianças e o motorista da van que os levava para a escola entrou em contato com a assassina, mas ela não deu justificativa para a ausência dos filhos.
“Vivia no apartamento de forma normal, se alimentava, tomava banho e estava dormindo, a princípio pelo que percebemos, na sala, em um sofá-cama. As crianças estavam em um quarto dos fundos, que era o quarto da suspeita”, detalhou a delegada Ana Hass.
Eliara morava em Guarapuava há cinco meses e tinha vindo de Navegantes (SC). Vizinhos relataram que a família era aparentemente normal, e que a mulher era reservada, mas que as crianças sempre estavam bem cuidadas.
“Eu e a vizinha aqui do lado a gente falou que o que ela precisava era só chamar a gente, ela foi a única do corredor que não deu lado para nós. Ela era muito bonita, muito maquiada, estava sempre de cabelo bem feito, unha, ela era muito vaidosa, ela e as crianças também. As crianças sempre arrumadas, limpinhas, eram muito calmas. A menina sorria o tempo inteiro. Nunca eu ouvi um choro destas crianças, nem um grito, para mim era uma família normal. O pequeno ela desciA pegando na mão, a menina ela descia no elevador, quando descia com o lixo, sorrindo, muito parceira”
relatou uma vizinha que não se identificou.
Corpos encontrados
Eliara foi presa no sábado (27) depois que os corpos das crianças foram encontrados no apartamento localizado em um prédio na rua Benjamin Constant, no Centro.
A polícia chegou ao local depois de um advogado amigo da mulher que mora em SC informar à delegacia que a mulher havia ligado para ele e dito que tinha matado os filhos.
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