Policiais militares, civis e penais protestaram nesta quarta-feira (20) contra a presença do governador Ratinho Junior (PSD) em Paranavaí, no noroeste do estado.
O chefe do executivo está enfrentando uma profunda crise na segurança pública, que pode respigar dolorosamente nos planos de reeleição dele, uma vez que o quadro já afeta negativamente a imagem do governo perante a população.
No protesto de hoje em Paranavaí, os policiais repercutiram o episódio do ataque registrado no domingo (17) em Guarapuava, e que aterrorizou a cidade. A tentativa de assalto foi frustrada graças à união de policiais da reserva e afastados, que agiram sem nenhum tipo de apoio ou suporte do estado.
“Governador fale a verdade do que aconteceu em Guarapuava”, gritou uma manifestante em um carro de som.
Ela se referia ao discurso promovido pelo governo de que o assalto foi impedido por conta de um “planejamento estratégico” das Forças de Segurança, o que na realidade, não aconteceu. O que houve de fato foi a chegada de apoio de unidades em Curitiba, mas isso já era esperado dada a proporção do acontecimento.
Os próprios policiais desmentiram o governo na televisão, e afirmaram que tiveram a iniciativa de defender a cidade por contra própria.
PAUTAS RECLAMADAS
Os policiais e agentes da segurança pública como delegados, escrivães e policiais penais, reclamam da defasagem salarial que já chega a 50% no caso dos militares, e das péssimas condições de trabalho enfrentadas.
Entre as quais, cargas horárias excessivas, e sem direitos básicos como a hora extra por exemplo. Alguns policiais, diante da situação de desvalorização, buscam outros meios de sustento, fazendo bicos e serviços externos.
O quadro ainda é mais grave do que isso, com inúmeros de relatos de policiais que entraram em depressão, cometeram suicídio ou ainda, acabaram adquirindo vícios.
Para chamar a atenção do governo, os policiais se manifestam por meio dos reservas e dos outros membros das instituições. Mas até o momento, Ratinho Junior não atendeu a demanda da categoria, e o protesto continua.
A pauta é justificada em um momento que o governo do Paraná concedeu renúncia fiscal de R$ 17 bilhões para fazendeiros e industriais, ou seja, os deixou mais ricos abrindo mão do recebimento de impostos em detrimento do estado. Enquanto que para o funcionalismo, o Executivo ofertou apenas 3% de reajuste, diante de uma inflação galopante, que desvaloriza ainda mais o salário e o poder de compra da população.